A grife italiana Armani, uma das maiores e mais conhecidas do mundo, anunciou que não irá mais utilizar pele animal em qualquer de suas coleções a partir de agora. O grupo decidiu abrir mão do uso de peles após enfrentar anos de protestos de organizações que lutam pelos direitos dos animais.

O anuncio foi feito pelo fundador da grife, Giorgio Armani. Em um comunicado, ele diz que o avanço da tecnologia nos últimos anos criou alternativas ao uso de peles, tornando desnecessárias as práticas cruéis para obtenção de pele para a indústria da moda. Para ele, a mudança é “um grande passo adiante” para a companhia e reflete a atenção que ela tem dado a temas críticos de proteção ao meio ambiente.

O grupo, no entanto, já havia declarado no passado que deixaria de usar peles e voltou atrás, continuando a usar pele de coelho em suas coleções. Para garantir que desta vez as palavras serão aplicadas, a grife firmou um compromisso com a Fur Free Alliance, aliança contra o uso de peles que reúne 40 organizações de proteção aos animais.

Ativistas comemoraram a decisão e acreditam que a decisão da Armani provocará um efeito dominó, levando mais grifes de luxo a abandonar o uso de peles animais.

Ativistas da organização Peta protestam em frente a loja Armani. Foto Eva Rinaldi/Divulgação

O grupo não é o primeiro nome forte da moda a abolir o uso de peles. Grifes como Hugo Boss, Calvin Klein, Tommy Hilfiger e Ralph Lauren já adotam essa prática. Outro exemplo é a estilista inglesa Stella McCartney, que sempre defendeu a moda livre de crueldade animal, rejeitando o uso de peles, couro ou penas.

Grande parte das peles usadas na moda são provenientes de fazendas onde os animais como minks, raposas, coelhos e chinchilas são criados em gaiolas pequenas e mortos de forma cruel. Segundo a Fur Free Alliance, em 2015 mais de 80 milhões de minks e raposas foram mortos para alimentar a indústria da moda.

A organização internacional PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, na sigla em inglês) é uma das mais ativas no combate ao uso de pele animal na moda, lançando campanhas provocativas desde os anos 1990. Ao longo das últimas décadas, organizou diversos protestos diretos contra a grife Armani em frente às suas lojas e seus desfiles.