Melhorar a qualidade de vida de mulheres de baixa renda oferecendo a elas treinamento e trabalho é o objetivo do projeto Kiteiras. No programa, mulheres recebem instrução, treinamento e acompanhamento para vender alimentos de porta em porta e, com isso, garantir o sustento próprio e da família.

O Kiteiras é uma iniciativa da Danone e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em parceria com as organizações Visão Mundial e Aliança Empreendedora e foi selecionado em 2017 para participar do Shared Value Leadership Summit – evento realizado em Nova York que reúne porta-vozes de cases de sucesso para debater problemas e buscas soluções para mudar o mundo.

No projeto, mulheres recebem apoio para realizar venda de kits por meio de um catálogo de produtos da Danone com uma porcentagem de 30% de lucro sobre todas as vendas. Não há investimento inicial.

Participantes do projeto Kiteiras recebem certificado. Foto Aliança Empreendedora

As Kiteiras têm o suporte de madrinhas e padrinhos que, próximos a elas, são responsáveis pela formação das inscritas por meio de treinamentos, palestras e oficinas para capacitação e engajamento, além de apoio emocional, quando necessário.

Entre os cursos oferecidos para as participantes estão aulas de empreendedorismo, venda, atendimento e plano de negócios, disponíveis em vídeos que podem ser assistidos pelo computador ou celular. Com essa estrutura, o programa promove a inclusão das participantes na economia e dá a elas ferramentas para se tornarem empreendedoras.

De acordo com a Danone, as kiteiras que dedicam cinco horas por dia a esse trabalho conseguem uma renda de um salário mínimo e meio. Para muitas mulheres, essa independência financeira, além de restaurar sua autoestima e melhorar a qualidade de vida da família, significa também a libertação de um relacionamento abusivo ou de uma condição de submissão.

Participante do projeto Kiteiras vende produtos de porta em porta. Foto divulgação Danone

Em expansão

O projeto foi lançado em 2011 em Salvador. Segundo dados do IBGE de 2017, a região Nordeste possui a maior taxa de desemprego do país e um número significativo de pessoas que trabalham por conta própria (29,8% entre a população ocupada, de acordo com levantamento do segundo trimestre de 2017). Por isso, a capital baiana foi a cidade escolhida para dar início ao projeto.

Em 2016, o Kiteiras foi ampliado e chegou à Fortaleza, à periferia de São Paulo, Baixada Santista e outras cidades da região metropolitana de São Paulo. Rio de Janeiro e Belo Horizonte serão os próximos destinos do projeto.

No final de 2017, o Kiteiras já reunia 2.400 participantes, segundo a Danone. Para 2020, a projeção da empresa é chegar a 26 mil mulheres.

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