Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram uma tecnologia brasileira capaz de reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia. Com a descoberta, o tratamento quimioterápico em pacientes com câncer será mais preciso e afetará menos as células saudáveis.

A tecnologia ainda está em estado laboratorial e deverá passar por diversas etapas de testes. Segundo os pesquisadores, ela pode estar disponível em até dez anos para mudar a forma como o medicamento age no corpo e melhorar a qualidade de vida de quem precisa desse tratamento.

A quimioterapia produz diversos efeitos colaterais porque, ao ser ministrada no paciente, age não apenas nas células cancerígenas do corpo, mas também nas células saudáveis. Queda de cabelo, náuseas e feridas na boca são alguns dos efeitos mais comuns em quem precisa ser submetido a esse tratamento.

 

A nova tecnologia, chamada de “nanopartícula de sílica peliguida”, faz com que os medicamentos quimioterápicos aplicados no paciente sejam levados às células cancerígenas com maior precisão. Assim, esse método diminui a ação dos medicamentos em outras células do organismo e ainda ajuda a combater a doença com mais rapidez.

Universidade Estadual de Campinas, em São Paulo. Foto Divulgação

A tecnologia foi desenvolvida como trabalho de mestrado em Química pelo pesquisador Leandro Carneiro Fonseca, com supervisão do professor Oswaldo Luiz Alves. Também participaram da descoberta os pesquisadores Diego Stéfani Teodoro Martinez e Amauri Jardim de Paula.

Fonseca explica que o medicamento utilizado na quimioterapia hoje é insolúvel em água. Como o sangue é um fluido com aproximadamente 92% de água, é necessária uma quantidade maior de medicação para que ela chegue em quantidade adequada até a célula que precisa ser tratada. Com as nanopartículas, a quantidade de medicamento necessária para tratar a doença será significativamente menor.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil deve registrar 600 mil novos casos de câncer por ano em 2018 e 2019. O maior número de casos no país é de câncer de pele não melanoma, seguido de câncer de próstata, para homens, e de mama, para mulheres.

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