Foram cinco anos de trabalho para que os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) chegassem às fórmulas dos corantes naturais feitos a partir de cascas de jabuticaba, jambo e jamelão – e que ainda promovem benefícios à saúde.
O processo que resultou no insumo agroindustrial obtido a partir de cascas das frutas surgiu de estudos motivados pelo alto custo dos corantes importados e pela dificuldade em encontrá-los no país. O resultado foi a criação de produtos em pó que podem ser utilizados como corantes naturais, suplementos alimentares e ingredientes funcionais, com cores que vão do vermelho ao azul, até atingir tons de púrpura.

Corante natural feito com as cascas de frutas brasileiras. Foto reprodução.

Para chegar nesse resultados as cascas dos frutos são submetidas a um processo de secagem de baixo custo, responsável por desidratar suas cascas, que posteriormente são trituradas.
Graças ao crescente interesse da indústria por corantes de fontes naturais, principalmente por causa da toxicidade dos sintéticos, que podem provocar doenças que vão de simples alergias até hiperatividade e câncer, a descoberta do Laboratório de Cromatografia Líquida da Embrapa tem enorme potencial de uso nas áreas de alimentação, farmácia e cosmética.
Além de não causar os malefícios já citados, os corantes feitos com as cascas de jabuticaba, jambo e jamelão são mais saudáveis e nutritivos.
Atualmente os novos corantes estão na fase de validação industrial, que permitirá sua utilização em breve. O problema ainda é a baixa escala de produção, dificultada pela falta de tecnologia para obtenção de matéria-prima. Porém, assim que superados os desafios, outras frutas brasileiras – menos exploradas – devem entrar no radar dos pesquisadores da Embrapa, como a grumixama e a pitanga-negra-selvagem.