Detentos da penitenciária Adriano Marrey, em Guarulhos (São Paulo), estão tendo a chance de começar uma nova vida aprendendo crochê. As aulas fazem parte do projeto Ponto Firme, comandado pelo designer Gustavo Silvestre.

O projeto Ponto Firme existe desde 2016 na penitenciária e já ensinou a manualidade a mais de 100 presos. Com Silvestre, eles aprendem técnicas de crochê em duas aulas semanais e produzem itens as peças mais variadas, como roupas, jogos americanos, tapetes para banheiro, bonecos e peças artísticas de inspirações autorais. O curso completo é composto por 72 horas divididas em 24 encontros.

detentos do projeto Ponto Firme aprendem crochê em São Paulo

Designer Gustavo Silvestre esta à frente do projeto Ponto Firme. Foto Divulgação

Com as aulas, os detentos exercitam a socialização, a imaginação, superam preconceitos e apresentam uma melhora na autoestima e na convivência dentro daquele espaço. Além disso, o curso cria para eles uma nova possibilidade de trabalho e renda, para ser explorada após o cumprimento da pena.

Em abril deste ano, o trabalho dos detentos foi exibido em um desfile na São Paulo Fashion Week e marcou o primeiro dia do evento.

O desfile do projeto, incluído na agenda da SPFW como uma participação especial, reuniu cerca de 30 peças feitas por 20 presidiários. Apesar de alguns looks em tons escuros remeterem aos uniformes do presídio, a apresentação foi marcada por cores alegres, como azul, amarelo e vermelho.

O trabalho de Silvestre no projeto é voluntário e o designer, que é especializado em crochê criativo e moda sustentável, garante que todas as peças mostradas no desfile foram totalmente desenvolvidas pelos presos, durante nove meses.

detentos do projeto Ponto Firme aprendem crochê em São Paulo

Detentos do projeto Ponto Firme conferem suas peças. Foto Divulgação

O plano de Gustavo é atrair patrocínio para levar o projeto a outras penitenciarias e alcançar também mulheres e transexuais. Desde o início, o projeto conta com o apoio da loja de costura Novelaria.

Em breve, o trabalho dos detentos realizado para o desfile será exposto no Museu da Resistência, dentro da Estação Pinacoteca.

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