Não se deixe assustar pelo nome esquisito. A agricultura sintrópica é uma forma de produção que prega a mescla de cultivos agrícolas com florestais, atuando na recuperação de recursos e incorporando conceitos ecológicos ao manejo de agroecossistemas.

Criada pelo agricultor e pesquisador suíço Ernst Gotsch, que se estabeleceu em uma fazenda no sul da Bahia no começo dos anos 1980, a agricultura sintrópica foi implementada por ele em terrenos degradados e provou ser uma ótima alternativa de plantio, onde verduras, frutas e legumes convivem em harmonia com árvores e plantas nativas.

Entre seus princípios estão a diminuição da necessidade de insumos externos, o policultivo (onde espécies diferentes dividem o mesmo canteiro), o solo sempre coberto por elementos como palha e a poda utilizada como aceleradora da regeneração do sistema e produção de alimentos.

Misturar a plantação com a mata nativa é um princípio da agricultura sintrópica.

Misturar a plantação com a mata nativa é um princípio da agricultura sintrópica. Foto: Pixabay.

Em suma, a agricultura sintrópica visa respeitar o fluxo natural da plantação, criando um ambiente melhor para todos os seres vivos que habitam a região, emulando até certo ponto o que ocorre em matas virgens.

Para ajudar na visualização, esqueça as fileiras de alfaces plantadas nas hortas tradicionais. Aqui, os canteiros são mistos, conjugando, por exemplo, eucalipto, mandioca, banana e agrião – tudo é plantado ao mesmo tempo.

Como método ecológico de cultivo, a agricultura sintrópica cresce em uso ao mesmo tempo que a sociedade começa a se preocupar mais não apenas com a origem de seus alimentos, mas também com a forma com o solo é tratado. E isso, nesse caso, é o mais importante.