Um centro de detenção na Flórida (EUA) aposta na reabilitação de presos por meio do contato e tratamento de animais vítimas de abandono e maus tratos. A prática acontece há mais de 20 anos e tem trazido bons resultados tanto para os animais quanto para os detentos, que aprendem novos ofícios e habilidades, mantêm-se ocupados durante o cumprimento da pena e aliviam o estresse da prisão.
O Monroe County Sheriff’s Office possui cerca de 550 detentos, a quem é dada a oportunidade de trabalhar com os animais. Sempre acompanhados de profissionais, eles ajudam a tratar animais feridos e a cuidar diariamente dos que permanecem no local. O grupo de funcionários é escolhido por meio do programa de trabalho da penitenciária e exclui os condenados por crimes violentos.
O encontro de animais e detentos começou quando um xerife quis salvar um grupo de patos e os levou para um espaço vazio dentro da prisão. Hoje, duas décadas e muitas reformas depois, o local abriga em torno de 250 animais como cavalos, bichos-preguiças, tartarugas, aves, cobras, coelhos e porcos.
“Fazer uma coisa boa quando eu estava em uma situação tão ruim me deu um pouco de paz. Me manteve focado e me ajudou espiritualmente”, afirma o detento Mike Smith ao fotógrafo Kim Raff, que visitou o local e registrou a relação dos homens com os animais.
“Muitos dos presos nunca tiveram ninguém que se importasse com eles. E ver os animais precisando deles significa muito para eles, então eles cuidam muito bem”, diz a responsável Jeanne Selander. Segundo ela, um dos moradores preferidos dos detentos é Ghost, um cavalo cego. “Quando eu vejo um cara grande, forte, tatuado conversando com um cavalo cego, eu percebo que estou fazendo a diferença”.
O abrigo, chamado Sheriff’s Animal Farm, é mantido por doações da população local e é aberto a visitação duas vezes ao mês.