Com o passar das décadas, alguns projetos urbanísticos que significaram prosperidade em tempos antigos tornam-se verdadeiros transtornos às cidades que os abrigam. Em São Paulo, por exemplo, ainda está em discussão o destino do “Minhocão”, nome popular do atual Elevado Presidente João Goulart – anteriormente nomeado de Elevado Presidente Costa e Silva.
Uma exemplo de bom resultado para esse tipo de questão é o Parque High Line, em Nova York. Construído sobre uma antiga ferrovia suspensa, que havia sido desativada na década de 1980, o espaço valorizou três bairros da zona oeste de Manhattan, provando ser um sucesso de reaproveitamento urbanístico sustentável.
A ideia de manter o elevado como um parque público surgiu em 1999, pelas mãos dos moradores Oshua David e Robert Hammond, que, juntos, fundaram o grupo Friends of the High Line (Amigos do High Line, em português). Seu objetivo era formar parcerias capazes de manter o espaço como um parque público.
Três anos mais tarde veio a aprovação da prefeitura e a abertura de um concurso de projetos de revitalização, no qual participaram 720 equipes de 36 países, sendo o vencedor o escritório de arquitetura Diller Scofidio + Renfro com o estúdio de paisagismo James Corner Field Operation.
Entre as várias etapas do projeto estiveram a instalação de mais de 3 mil placas de concreto para laje, 60 assentos feitos de ipê brasileiro e peruano, dois elevadores, duas escadas rolantes e o plantio de cerca de 50 mil mudas de diferentes tipos de vegetação.
Hoje, quem visita a Big Apple pode apreciar a melhor vista do rio Hudson de uma das espreguiçadeiras localizadas no espaço do Parque High Line localizado entre as ruas 14 e 15. E tudo graças ao Friends of the High Line, que administra e arrecada fundos para a manutenção do espaço.