Na tentativa de tornar o carnaval 2018 uma festa mais responsável do ponto de vista ambiental, sem perder o brilho, novas marcas brasileiras estão se dedicando a produzir glitter biodegradável.
Feitos com materiais naturais, essas novas purpurinas prometem uma comemoração sem peso na consciência e correm contra o tempo para conseguir atender à grande demanda. Outro ponto em comum é que são produtos desenvolvidos por mulheres jovens e ainda são feitos de forma artesanal.
O primeiro nome desse movimento foi a marca Pura BioGlitter, criada por Frances Sansão, de 28 anos, às vésperas do carnaval de 2017. Seu glitter biodegradável, vegano e artesanal é feito à base de algas, minerais e corante alimentício e seu elemento principal é um pó de pedra atóxico.
Arquiteta de formação, Frances adora carnaval e revela que muitas vezes usava glitter também em outras épocas do ano. Quem fez o alerta para o mal causado pela purpurina foi seu irmão, um biólogo.
O glitter comum é uma partícula muito pequena de plástico – uma microesfera – e ambientalistas têm alertado para o perigo que representam para o meio ambiente. Após ser usado, o glitter sai no banho e vai parar nos oceanos, onde é ingerido por pequenos peixes e outros animais aquáticos, muitas vezes causando sua morte. Esse material entra então na cadeia alimentar, interfere em toda a vida marinha e pode acabar na alimentação das pessoas.
O efeito do glitter é o mesmo de microesferas de plástico presentes em alguns cosméticos esfoliantes, que já foram proibidos em alguns países, como Estados Unidos e Reino Unidos.
O glitter biodegradável da Pura pode ser comprado pelo site oficial, mas a procura tem sido tão grande que novos lotes estão esgotando rapidamente.
Também carioca é a Brilhow, criada pelas biólogas marinhas Lilian Hill, 27, e Andressa Torres, 28. Seu produto tem composição semelhante, sendo feito à base algas marinhas, corante de alimentos e minerais naturais.
Já a Glitra, outra marca que acaba de chegar ao mercado, é uma maquiagem com muito brilho, feita à base de plantas, como celulose e eucalipto. Foi criada pela paulistana Maíra Inaê em sociedade com Noemi Puig e pode ser comprada pela internet e em alguns pontos de venda em São Paulo e Rio de Janeiro.
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