O pedido de Natal inusitado de uma menina de 9 anos, que gostaria de ter um quarto para morar com os quatro irmãos, tocou a advogada boliviana Ingrid Vaca Diez. O fato, que aconteceu em 2000 durante uma reunião na escola do bairro, foi a faísca inicial de um projeto que viria a mudar não apenas a vida da menina, mas de muitas famílias carentes.

Ingrid Vaca Diez em frente a uma casa amarela

A boliviana Ingrid Vaca Diez em frente a uma de suas “casas de garrafa”. Foto de divulgação.

Batizado de Casas de Botellas (Casas de Garrafas), o projeto da jurista de Santa Cruz de la Sierra teve, curiosamente, seu empurrão final após uma briga dela com o marido. Cansado de conviver com o material utilizado pela mulher para fazer artesanato, ele disse ser possível construir uma casa com tantas garrafas pet.

Da crítica ácida veio a ideia de, de fato, utilizar as garrafas de plástico para impactar positivamente a vida de famílias, como a da garotinha. Para isso, além das garrafas, Ingrid juntou cimento, cal, areia, cola, sedimentos, resíduos orgânicos, aros e garrafas de vidro – uma mistura que, 20 dias mais tarde, resultou em uma casa de 170m² ao custo de 36 mil garrafas pet.

4 fotos da construção das casas do projeto Casas de Botellas

Diversos momentos da construção de uma unidade do projeto Casas de Botellas. Foto de divulgação.

Transformado em projeto social, em mais de dez anos o Casas de Botellas já construiu 300 moradias em países como Bolívia, Argentina, Peru, Uruguai e México – tudo sem custo algum para as famílias.