Maria Tereza Jorge Pádua ganhou, no início de setembro, a Medalha John C. Phillips, como reconhecimento internacional por seu trabalho de conservação ambiental. Pádua foi a primeira brasileira a receber a condecoração oferecida pelo Congresso Mundial de Conservação.
O Congresso é organizado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e a escolha do premiado é feita por um grupo de cinco membros da organização.
Formada em agronomia, Maria Tereza trabalha há mais de 50 anos pela conservação da fauna e flora brasileiras. Em seu discurso de agradecimento, ela chamou a atenção para o longo caminho que o Brasil ainda tem a percorrer e lamentou que algumas unidades de proteção no país não recebam o suporte necessário.
Durante as décadas de 1970 e 1980, ela trabalhou no departamento de parques do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (que mais tarde se tornaria o Ibama – Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), liderando a criação de importantes parques nacionais e grandes áreas de conservação.
Nesse período, além de ter criado diversas áreas de conservação na Amazônia, ela foi responsável pela proteção da Chapada Diamantina e de Fernando de Noronha, além da criação do Atol das Rocas, primeira reserva biológica marinha do país, e do Projeto Tamar, de proteção das tartarugas marinhas.
Ainda nos anos 1980, criou a ONG Fundação Pró-Natureza (Funatura), que preside até hoje. Atualmente ela também é membro do Conselho da Comissão Mundial de Áreas Protegidas (WCPA), da UICN (International Union for Conservation of Nature and Natural Resources) e do Conselho Curador da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
A Medalha Memorial John C. Phillips é o reconhecimento mais importante do Congresso Mundial, premiando desde 1963 pessoas que trouxeram contribuições excepcionais para o meio ambiente. O prêmio, que é concedido em geral a cada quatro anos, leva o nome do cientista considerado um dos pioneiros na luta pela conservação da natureza.
A brasileira foi a segunda mulher a receber o prêmio até hoje; a primeira foi Indira Gandhi, ex-primeira ministra da Índia, premiada em 1984.