Há mais de uma década que a até então pouco conhecido açaí caiu nas graças do brasileiro e se tornou frequente em suas refeições, seja como prato principal ou como uma deliciosa sobremesa. Mas se engana quem pensa que o frutinho roxo é o único gerado nas florestas do país.

Foi com esse olhar curioso que o empreendedor George Braile “descobriu” um primo do açaí. Ao passear pelo seu sítio na Serra do Alambarí, em Resende, no estado do Rio de Janeiro, ele notou alguns pássaros se alimentando dos frutos da palmeira juçara, árvore nativa da Mata Atlântica.

Sobremesa feita com a polpa da fruta da palmeira juçara, "prima" do açaí.

Sobremesa feita com a polpa da fruta da palmeira juçara, “prima” do açaí. Foto divulgação.

Instigado pelo sabor, ele resolveu pesquisar e descobriu que, apesar da similaridade entre as frutas da palmeira e as árvores produtoras de açaí do Pará e do Maranhão, o fruto da juçara tem propriedades nutritivas mais ricas que o açaí, sendo até quatro vezes mais antioxidante, além de contar com mais ferro e potássio.

E, para sua surpresa, não havia nenhum registro do fruto no Ministério da Agricultura. Esse foi o ponta pé inicial para a criação da Juçaí, em 2011, empresa que comercializa sobremesas feitas a partir da polpa do fruto da juçara.

Presente em mais de 160 pontos na cidade do Rio de Janeiro, a Juçaí oferece potes nos sabores banana, goiaba, maracujá e cambuci – e deve, aos poucos, chegar a novos estados brasileiros. E o melhor: para a produção da sobremesa os empreendedores estimulam o plantio da palmeira que dá nome ao fruto, ameaçada de extinção por causa da exploração ilegal e predatória do palmito.