O estudante brasileiro de engenharia Daniel Pessanha ganhou, nos Estados Unidos, um prêmio pelo desenvolvimento do Tijopor, um tijolo sustentável feito com isopor reciclado. A ideia foi apresentada na competição de inovação Brazil Conference at Harvard & MIT e ficou entre os cinco melhores colocados entre projetos brasileiros.
Pessanha, de 22 anos, estuda Engenharia no Centro Universitário Maurício de Nassau, em Campina Grande (Paraíba) e deixou a premiação com um investimento de R$ 50 mil para o aperfeiçoamento do seu projeto.
O Tijopor é formado por isopor reaproveitado, gesso, aditivos e uma quantidade pequena de água e levou cerca de três anos para ser desenvolvido.
Ao idealizar o Tijopor, Daniel tinha por objetivo encontrar uma solução mais sustentável para o país. Ele afirma que o Tijopor aproveita o isopor que seria jogado no lixo e que utiliza uma quantidade mínima de água.
Enquanto os tijolos tradicionais cerâmicos mais comuns no Brasil passam por um processo de queima, o Tijopor dispensa essa etapa. Com isso, elimina-se o uso de madeira e a emissão de gases na atmosfera.
Além disso, o tijolo de isopor garante isolamento térmico e acústico e tem um custo final 30% menor do que a opção tradicional.
A competição Brazil Conference foi criada em 2016 para incentivar a pesquisa no Brasil de soluções para problemas locais. Este ano, foram inscritos mais de três mil projetos e apenas 35 foram selecionados para a apresentação na Universidade de Harvard.
Além dessa premiação, o Tijopor tem sido apresentado em outros eventos internacionais na busca por outros investidores, incluindo uma série de eventos realizados pela ONU nos Estados Unidos.
No Brasil, Pessanha está buscando parcerias com cooperativas e organizações de catadores, para a realização da coleta de isopor e alimentar a produção do tijolo sustentável.
O isopor é um tipo de plástico derivado do petróleo, que é altamente poluente. O material não é biodegradável e, quando descartado na natureza, tende a se quebrar em pequenos pedaços e dar origem a microesferas de plástico. Embora o isopor possa ser reciclado, seu reaproveitamento tem baixa viabilidade econômica, sendo a maior parte descartada.
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