O queniano Ben Morison se lançou ao mar em setembro deste ano no primeiro barco do mundo construído com plástico reciclado. O projeto chamado Flipflopi pretende chamar a atenção para a grande quantidade de plástico descartado nos mares e para o prejuízo que isso provoca ao meio ambiente.

A ideia surgiu quando Morison foi passear em uma praia do litoral do Quênia em uma manhã e contou 13 pedaços de plástico apenas no caminho pela areia até o mar. Ele conta que o lixo era formado principalmente por garrafas vazias e chinelos velhos.

Incomodado com a degradação do local, o operador turístico decidiu agir para atrair mais olhares para esse problema, reuniu voluntários e deu início ao projeto Flipflopi (flip-flop significa chinelo em inglês).

O barco começou a ser preparado em 2016 por Morison e outros quenianos, incluindo Ali Abdalla Skanda, profissional da área de construção de embarcações. Ele tem cerca de nove metros de comprimento, feitos com 10 toneladas de plástico reciclado.

A estrutura da embarcação foi construída com grandes placas de plástico recolhido nas praias de Lamu e nas ruas de cidades como Nairóbi, capital do Quênia. Em apenas uma praia de Lamu foram coletadas cinco toneladas de plástico em três horas de trabalho.

Barco do projeto Flipflopi, feito com chinelos reciclados. Foto Reprodução/ONU

Barco do projeto Flipflopi, feito com chinelos reciclados. Foto Reprodução/ONU

O casco e o deque foram cobertos com cerca de 30.000 chinelos reciclados e o resultado foi um casco colorido, misturando as cores dos materiais originais.

Agora o barco vai navegar a costa africana em um trabalho de conscientização, em parceria com a organização Clean Seas, da ONU. “Queremos que nosso barco colorido inspire as pessoas a buscar novas formas de aproveitar o plástico usado”, declarou Morison.

O Quênia possui a lei tida como a mais dura do mundo contra o uso de sacolas plásticas descartáveis. Implementada em agosto do ano passado, a legislação proíbe a produção, comercialização e até mesmo o uso de sacolas plásticas e prevê prisão de até quatro anos e multas que chegam ao equivalente a 120 mil reais para quem insistir nas sacolinhas descartáveis.

Confira mais sobre o projeto pelo site oficial e sua viagem pelos mares em www.theflipflopi.com.

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