Uma mudança nos limites de velocidade para carros em diversas vias está fazendo a cidade de São Paulo diminuir o número de acidentes e mortes no trânsito e reduzir os congestionamentos. A medida tomada pela prefeitura da capital, apesar de polêmica, completou um ano com resultados comprovados por diferentes levantamentos.
A gestão do prefeito Fernando Haddad começou a diminuir a velocidade máxima de ruas e avenidas de São Paulo em 2014, como parte do Programa de Proteção à Vida, conjunto de medidas para melhorar a segurança de motoristas, pedestres e ciclistas.
Em julho, alterou os limites das marginais Pinheiros e Tietê, dois dos principais corredores da cidade, determinando 70km/h como velocidade máxima na pista expressa. Em outros pontos da cidade, o limite passou a ser de 50km/h, número sugerido pela ONU como mais seguro dentro de perímetros urbanos.
Um ano depois, o total de acidentes com vítimas (mortos ou feridos) nessas vias caiu 37,5%, segundo levantamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Já um levantamento do governo do Estado afirma que, em toda a cidade, houve queda significativa nos números de acidentes com vítimas (29%) e sem vítimas (20%).
Durante todo o ano de 2015, a cidade viu uma queda de 20,6% nas mortes em acidentes de trânsito, maior baixa desde 1998, quando entrou em vigor o novo Código de Trânsito Brasileiro.
Outro resultado da mudança foi uma redução nos congestionamentos. Segundo o ranking internacional TomTom Traffic, organizado por uma empresa fabricante de aparelhos GPS, de 2013 a 2015, a cidade caiu 51 posições entre as 295 metrópoles avaliadas, indo do 7o para o 58o. No Brasil, São Paulo fica em quarto lugar atrás de Rio de Janeiro (4o lugar no ranking mundial), Salvador (7o) e Recife (8o).
Em relatório divulgado este ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS), ligada à ONU, coloca o Brasil como a terceira maior taxa de mortalidade no trânsito nas Américas.