Reduzir, reutilizar e reciclar. Esses são os 3 Rs da sustentabilidade. São ações que nós, consumidores, podemos realizar todos os dias para termos uma relação mais harmônica com o meio ambiente. Uma nova forma de pensar e de consciência ao consumir.

Reduzir

Reduzir é economizar. Significa comprar produtos e contratar serviços que realmente são necessários, evitando o desperdício. Desde compras no shopping até o consumo da água e da eletricidade dentro de casa, o consumo de combustível de nossos carros, e por aí vai.

Podemos tomar banhos mais curtos, fechar a torneira na hora de escovar os dentes, prestar atenção na pia pingando e consertá-la imediatamente, preferir aquecimento solar em nossas casas, usar lâmpadas de baixo consumo, andar de bicicleta ou a pé quando se trata de curtas distâncias.

Reutilizar

Reutilizar é reaproveitar. Precisamos pensar que tudo o que é fabricado demanda consumo de água, energia, matéria-prima, combustível para ser distribuído…

Roupas, acessórios de moda e objetos de decoração formam uma parte importante de nosso “acervo doméstico” e muitas vezes nem usamos tudo aquilo que juntamos. Então porque não doar em vez de acumular?

Reciclar

Reciclar é reincorporar ao ciclo produtivo resíduos que levariam anos e anos para serem decompostos naturalmente. A reciclagem deve começar dentro de casa, com a simples rotina de separar o lixo limpo – como plástico, metal, vidro e papel – do lixo úmido e orgânico (alimentos, papéis sanitários … ).

A reciclagem gera renda e emprego para cooperativas de coleta e ajuda a preservar o meio ambiente. Importante é separar o lixo pensando em para onde ele vai.

Os 3Rs e a Moda

Os 3 Rs da sustentabilidade também se aplicam à indústria da moda. Cada vez fica mais clara a demanda existente por uma moda mais sustentável, desde seu processo de produção – respeitando o meio ambiente – até a etapa do consumo.

Quando o assunto é moda, reduzir significa otimizar recursos, evitando desperdícios na hora da produção. E também oferecer aos consumidores produtos mais duradouros. Reciclar significa transformar um produto usado em outro produto novo, por exemplo, garrafas pet usadas dando origem a tecidos. E reutilizar é dar um novo uso a uma peça que já foi usada, por meio da customização de roupas  ou do mercado de produtos de segunda mão.

Na esteira do “reduzir, reutilizar e reciclar”, uma enorme quantidade de brechós e bazares vêm pipocando por aí e ilustram o consumo consciente. O consumidor passa a valorizar o reaproveitamento e é uma ótima alternativa para evitar que novos produtos sejam despejados no mercado (e no meio ambiente).

No mercado de produtos usados, todos lucram:

  1. Os vendedores ganham dinheiro e ao mesmo tempo se desfazem de coisas que já não serviam a eles.
  2. Os consumidores ficam superfelizes ao comprar um produto de ótima qualidade por um preço melhor do que se fosse de primeira mão.
  3. A sociedade ganha com um menor número de produtos sendo produzidos e, consequentemente, gerando menos impacto ao meio ambiente.

Segundo a revista Época (22/03/2013), uma calça jeans demanda cerca de 10.000 litros de água para ser produzida (levando-se em conta a água usada desde o tratamento do algodão até a lavagem para a aparência final do produto) e um par de sapatos de couro usa em torno de 17.000 litros. Segundo o site Imagine all the Water, 2.500 litros de água significa dar a descarga 250 vezes e 10.000 litros seriam suficientes para regar um jardim 9 horas sem parar!

O documentário americano The Story of Stuff (A história das coisas), de Annie Leonard, mostra dados impressionantes sobre o ciclo de vida de bens materiais. Segundo Annie, especialista em sustentabilidade ambiental, apenas 1% de tudo o que é produzido nos Estados Unidos se mantém em circulação por mais de 6 meses.

O Doar Fashion e os 3Rs

O mercado de roupas usadas é comum na Europa e nos Estados Unidos há muito mais tempo do que no Brasil (pois a população tem consciência da importância do impacto ambiental da indústria da moda e do consumo sustentável há mais tempo).

O Doar Fashion nasceu exatamente de uma viagem da estilista Daniella Martins a Londres, em 2011. Ela voltou ao Brasil pronta para mudar a mentalidade das amigas, mostrando que roupa de segunda mão não é roupa mofada, velha e rasgada. E que é uma tendência que une moda, economia sustentável e solidariedade.

A grande diferença entre o Doar Fashion e um brechó comum é que as peças colocadas à venda são doadas por seus donos originais (e não vendidas), que não ganham um centavo quando entregam suas sacolas. Além disso, o trabalho do Doar Fashion é totalmente voluntário e 100% daquilo que é arrecadado é doado a instituições de caridade. Mesmo assim, todos saem ganhando, levando a certeza de que estão contribuindo para um mundo melhor.