Integrante da delegação formada por atletas refugiados, a nadadora síria Yusra Mardini, de 18 anos, tornou-se símbolo de luta e determinação nas Olimpíadas Rio 2016. Mesmo não sendo classificada para as semifinais, a competidora marcou a disputa com uma história pessoal vitoriosa.
Yusra Mardini começou a praticar natação ainda na Síria, com a ajuda do pai treinador. Durante anos, ela manteve uma rotina irregular de treinos em meio à guerra civil que tomou conta do país, muitas vezes tendo que praticar em uma piscina cuja cobertura tinha sido destruída por bombardeios.
Em 2015, Yusra seguiu os passos de milhares de sírios e deixou seu país rumo à Europa. No trecho entre a Turquia e a Grécia, feito pelo mar Egeu, a atleta viajava com mais 20 pessoas em um pequeno barco quando o motor da embarcação falhou. Para salvar o grupo, Yusra e sua irmã desceram à agua e puxaram o barco, a nado, até o destino final.
Yusra hoje vive e treina em segurança em Berlim. Nestas Olimpíadas, ela compete nas categorias 100 metros livres e 100 metros borboleta e, mesmo sabendo não ter chances de chegar ao pódio, veio ao Brasil com energia e agradeceu o apoio da torcida. “Meu objetivo principal são os Jogos Tóquio 2020. Quero treinar bastante para chegar com mais chances”, diz.