Thompson Vitor, de 15 anos, ficou em primeiro lugar no concurso para cursar o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) estudando em livros retirados do lixo. O material, ele conseguiu com a ajuda de sua mãe, a ex-catadora Rosângela da Silva Marinho. Tanto a mãe quanto o o pai, vendedor de salgados, não concluíram o ensino fundamental.
Thompson cresceu com a família na Favela da Maré, região pobre e marcada por violência e tráfico de drogas. Mas desde cedo foi incentivado pela mãe a conviver com livros dentro de casa. Rosângela trabalhou como catadora por 10 anos e conta que escolhia os livros bem conservados, recolhidos nos bairros mais ricos, e levava para casa para presentear os filhos.
O aluno conseguiu uma pontuação de 846 – de um máximo de 1000 –, nota mais do que suficiente para ser selecionado para o curso escolhido, de Multimídia. Mas logo depois de fazer a matrícula, ele foi surpreendido pelo convite de um colégio particular conceituado de Fortaleza para que fizesse parte de seu time de alunos. Com bolsa integral, além de ajuda de custos e moradia, ele se mudou para a capital cearense.
Agora, após terminar o ensino médio em Fortaleza, Vitor planeja prestar o vestibular para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Capacidade e força de vontade ele já provou ter de sobra.