A solução de um problema pessoal acabou impactando a vida de milhares de pessoas. Essa é a história do Livox (“Liberdade em Voz Alta”), aplicativo criado pelo analista de sistemas pernambucano Carlos Pereira com o objetivo de facilitar a comunicação com sua filha, Clara, que, devido a um erro médico no parto, sofre de paralisia cerebral.
Num primeiro momento, o piloto, instalado em seu celular, possibilitava à filha responder apenas com um “sim” ou “não”. Depois, com o auxílio de pedagogos, terapeutas e fonoaudiólogos, o projeto foi sendo aprimorado até chegar ao modelo atual, já disponível em mais de 25 idiomas.
O sucesso foi tanto que o Livox coleciona prêmios. Entre eles, a Copa do Mundo de Tecnologia no Vale do Silício, em São Francisco, nos Estados Unidos, organizada por empresas encabeçadas pela Microsoft; a Inovação Tecnológica de Maior Impacto de 2014, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); e o Melhor Aplicativo de Inclusão Social do Mundo, pela Organização das Nações Unidas (ONU) – nesse último derrotando 20 mil concorrentes de 178 países.
Os prêmios serviram para abrir novas portas tanto de internacionalização do APP, quanto para sua disseminação no Brasil. Aqui, apenas 10 mil das 15 milhões de pessoas com algum problema de comunicação usufruem do programa. Pessoas que sofrem de doenças como autismo, paralisia cerebral e esclerose múltipla, além de sequelas causadas por males, como AVC e traumatismo crânio-encefálico, podem ser ajudadas pelo APP.
Com um catálogo de falas ditas em voz alta, os usuários só precisam tocar na tela do tablet para conseguirem expressar o que sentem, suas necessidades e desejos. Tudo utilizando um catálogo com mais de 20 mil imagens, capazes inclusive de auxiliar no aprendizado da leitura e da matemática.