O físico brasileiro Marcelo Gleiser foi escolhido vencedor do Prêmio Templeton de 2019, reconhecimento considerado o “Nobel da espiritualidade”. A homenagem é concedida a pessoas que tenham feito uma contribuição excepcional à afirmação da dimensão espiritual da vida.

A premiação é realizada pela Fundação Templeton, nos Estados Unidos. A escolha de Gleiser veio por sua visão de que a ciência, a filosofia e a espiritualidade são expressões complementares da necessidade das pessoas de abraçar o mistério e o desconhecido e por seu esforço em aproximar a ciência e a humanidade.

Gleiser é físico e cosmólogo nascido no Brasil, no Rio de Janeiro, e radicado nos Estados Unidos, onde mora desde 1986. Ele é professor na prestigiada Dartmouth College, uma das faculdades mais importantes do país. Em seus mais de 35 anos de trabalho, ele investiga questões como a formação do universo e a origem da vida, e seu trabalho é conhecido por aceitar a espiritualidade junto à ciência.

Foto Divulgação DartmouthBrasileiro ganha o “Nobel da espiritualidade”. Foto Divulgação Dartmouth

“Quanto mais você sabe sobre o mundo, mais as fronteiras do conhecido e do desconhecido crescem e mais perguntas você está preparado para perguntar sobre o que você não conhece. Em certo sentido, a ciência é uma busca sem fim ”, diz Gleiser no comunicado oficial de Dartmouth.

Para ele, a ciência é apenas mais uma forma de nos envolvermos com os mistérios que nos cercam e com questões existenciais mais profundas, como o surgimento da vida. “Em grande parte, minha missão tem sido trazer essa dimensão da ciência. Posso me envolver, através da razão, na busca espiritual por significado. E isso, para mim, é a essência do porquê eu sou um cientista. ”

No Brasil, Marcelo Gleiser lançou livros como “A Dança do Universo” e “O Fim da Terra e do Céu”, ambos vencedores do Prêmio Jabuti.

Gleiser é o primeiro latino-americano a ganhar o Prêmio Templeton e vai receber a quantia de 1,1 milhão de libras (mais de R$ 5 milhões) como incentivo para continuar suas pesquisas. A premiação, que tinha um viés mais religioso em décadas passadas, já premiou Dalai Lama, Desmond Tutu e Madre Teresa.

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