Insatisfeita com a impossibilidade de reciclagem das tradicionais cartelas de remédios, feitas de alumínio, a farmacêutica brasileira Izabel Fittipaldi decidiu se dedicar a desenvolver uma alternativa mais sustentável para a indústria e criou uma nova embalagem de remédios totalmente reciclável.
Izabel, formada em Farmácia pela USP, trabalhou em uma multinacional fabricante de embalagens para remédios e via, no dia a dia, o uso em larga escala das cartelas de alumínio. O material não pode ser reciclável e, só no Brasil, 18 mil toneladas de cartelas são jogadas fora todos os anos.
Para encontrar uma solução para o problema, a farmacêutica se uniu ao irmão, o químico especializado em engenharia de materiais Hamílton Viana, e juntos eles pesquisaram uma alternativa reciclável e economicamente viável. Com as possibilidades oferecidas pela nanotecnologia (que é a manipulação da matéria em uma escala atômica e molecular), a dupla desenvolveu uma tinta que, quando aplicada ao papel, torna a folha impermeável.

No Brasil, 18 mil toneladas de cartelas são jogadas fora todos os anos. Foto Pixabay
A invenção recebeu o nome papel blíster, tem produção 57% mais barata do que o alumínio e é 30% mais leve. Além disso, ela é totalmente reciclável e sua produção utiliza apenas matéria-prima nacional.
A mesma tecnologia impermeabilizante pode ser utilizada no plástico que é usado na parte superior da cartela, para proteger o medicamento.
Em 2016, Izabel se uniu a Bruno Ghizoni para criar a empresa de nanotecnologia Nanomix, especializada em barreira contra a umidade, e começar a produzir as novas embalagens, entre outras soluções.
Em 2017, a tecnologia foi vencedora do prêmio SENAI de Inovação. Uma indústria farmacêutica já começou a testar a descoberta e, em breve, a embalagem pode começar a ser utilizada em escala mundial. Ponto para a sustentabilidade brasileira!
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