Ócio solidário. A expressão foi usada pelo vendedor e colecionador de arte Beto Silva para resumir o super trabalho que vem realizando para ajudar moradores de comunidades no Rio a enfrentarem da melhor forma possível a pandemia do coronavírus.

Instagram Beto Silva

Beto conta que no dia 17 de março viu uma reportagem na televisão sobre a comunidade Morro do Quarenta, em São Gonçalo, onde famílias de 5/6 pessoas passavam o mês com somente dois sabonetes. “Naquele momento eu me perguntei: como essas pessoas podem seguir as instruções básicas de lavar as mãos várias vezes por dia para se proteger do coronavírus vivendo nessas condições? Passei a tarde pensando naquilo e fui atrás de uma maneira de ajudar.” A primeira iniciativa de Beto foi sair ele próprio para comprar sabonetes: conseguiu 200 unidades em 5 farmácias do bairro de Botafogo, onde mora.

doações sendo acumulados no corredor

O impulso daquele dia de ajudar foi só o começo de um trabalho que resultou em uma enorme rede de solidariedade no Rio de Janeiro. Logo depois da primeira doação, duas amigas de Beto que moram na Europa se comprometeram a ajudar com doações de dinheiro. Rapidamente ele conseguiu comprar mais de mil sabonetes e mobilizar mais e mais pessoas. Daí em diante, o mutirão de empatia só fez crescer. Há quase um mês, Beto e amigos trabalham diariamente para ajudar famílias que precisam não só de material de higiene, mas também de cestas básicas.

 

Um dos projetos beneficiados é o Reffetorio Gastromotiva, que antes de ter que fechar as portas por conta do isolamento social servia mais de 100 refeições por dia para pessoas necessitadas na Lapa, centro da cidade. “Eu já ajudava o @gastromotiva como voluntário sempre que podia. Agora ajudei com dinheiro, consegui meia tonelada de pescados com a Frescatto e a Galeria de arte Luciana Caravello criou um clube de arte LCAC que vende obras com melhores condições para o comprador e doa 20% da venda para o Gastromotiva em meu nome”, conta Beto. A rede de solidariedade também já conseguiu ajudar o projeto Rio sem fome, com a doação de alimentos não perecíveis e produtos de higiene.

 

Em pleno domingo de Páscoa, eles saíram em campo para ajudar a comunidade de Portelinha, em Duque de Caxias. Beto conta que a @volvocars cedeu carros para o transporte das doações. Outro projeto beneficiado foi o @criancaresponder, que recebeu cestas básicas e máscaras protetoras faciais. Hoje, foi a vez de ajudar a comunidade do Santa Marta, em Botafogo. Com isso, a rede criada por Beto já beneficiou moradores de São Gonçalo, Duque de Caxias, Rocinha, Santa Teresa, Centro, Complexo da Maré e Botafogo. Vivemos uma pandemia de coronavírus, mas vivemos também uma pandemia de solidariedade. Isso muda tudo. Parabéns, Beto Silva!

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