Como anda a participação dos latino-americanos nos processos políticos de seus países e na sociedade civil como um todo? Muita gente fala sobre a grande apatia que existe no continente (na maior parte do ano) por conta de tantos problemas ligados à violência, corrupção, instabilidade institucional…

Para tentar responder essa pergunta, O Instituto Humanistas 360 firmou uma parceira com a The Economist Intelligence Unit (EIU), o instituto de pesquisa do jornal inglês The Economist, e investigou a participação cidadã na região, criando o Índice de Empoderamento Cívico das Américas. O indicador acaba de ser apresentado durante o Fórum Econômico Mundial em São Paulo. Mais do que mostrar o que já existe, o estudo visa conscientizar o público sobre a importância do engajamento cidadão para garantir governos mais transparentes, responsáveis e eficazes.

Esse é exatamente o foco do Instituto Humanistas 360, que tem sede em Denver, nos Estados Unidos, e seu QG brasileiro em São Paulo. O Instituto foi criado para empoderar e engajar cidadãos e mudar a relação da sociedade com o governo.

apresentação do indice de cidadania no Civi-co, em SP

Patricia Villela Marino, do Instituto Humanitas 360, apresenta o índice de Empoderamento Cívico das Américas Foto: Divulgação

 

Para criar o Índice, O Humanistas 360 usou como ponto de referência a sociedade norte-americana, onde já existe bastante maturidade no que se refere à cidadania. Com os Estados Unidos como base, o Instituto selecionou mais cinco países para fazerem parte da primeira edição: Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala, Chile, México e Venezuela, embora este último país esteja incluído só como forma de análise comparativa, pela dificuldade de obtenção de dados em um momento de grande instabilidade no país.

A Pedido do Humanitas 360, a The Economist Intelligence Unit desenhou um questionários com 34 perguntas sobre temas como acesso à informação, educação, eficiência governamental, liberdade de expressão, segurança policial, proteção jurídica, igualdade de gêneros, igualdade de grupos chamados minoritários, existência de organizações da sociedade civil . Com base nestas perguntas, foram geradas 3 grandes categorias:

  1. Se o ambiente do país propicia a participação cidadã
  2. Como está, de fato, acontecendo a participação cidadã
  3. E a percepção geral sobre o grau de envolvimento das pessoas e das instituições no país

 

Apresentação do Indice de cidadania, no Civi-co, em SP

Apresentação do Indice de cidadania, no Civi-co, em SP foto: divulgação

A partir daí, foi elaborado um ranking geral que mostram os Estados Unidos no topo da lista com (com 81.9 pontos), seguido pelo Chile (com 56.8 pontos). Em terceiro lugar,  aparece a Colômbia (com 50.8 pontos), em quarto vem o México, (com 46.5 pontos), em quinto o Brasil (com 46 pontos) e em sexto figura a Guatemala (com 35, 1 pontos). A Venezuela, estimativamente, estaria depois da Guatemala no ranking geral, mas não foi possível fazer a avaliação precisa dado aos acontecimentos políticos no país.

Apesar de o Brasil aparecer em quinto lugar no ranking geral, o país sobe para a segunda posição quando o assunto é participação em manifestações e petições. Já quando se trata da percepção da sociedade sobre o empoderamento cívico, o Brasil cai para sexto colocado.

O Índice de Empoderamento Cívico das Américas vai ser oficialmente lançado no mês que vem, em São Paulo. Pelo que deu para perceber, o estudo já revela um grande avanço na participação dos brasileiros nos processos políticos, uma prova de que temos gente por aqui trabalhando para caminhar cada vez mais rápido quando se trata de trocar o individual pelo coletivo.

Para saber mais sobre o Índice de Participação Cidadã das Américas, acesse o site do Humanitas360

Veja mais no Muda Tudo:

https://mudatudo.com.br/repensadores/