Na jornada por uma vida com mais consciência, repensar nossa relação com o lixo doméstico é fundamental. Dentro desse processo de reeducação, os 3 Rs da sustentabilidade são cada vez mais necessários e Reduzir, Reutilizar e Reciclar é fundamental para um futuro melhor. Mas enquanto os dois primeiros Rs dependem apenas de nossas escolhas e atitudes, o terceiro – a reciclagem – envolve uma cadeia muito maior e mais complexa e o primeiro passo é olhar para nossos próprios resíduos.

Os resíduos domésticos são divididos em três categorias principais: orgânico, reciclável e rejeito. “Cada resíduo tem um caminho diferente, tem um reaproveitamento diferente e gera substâncias diferentes. Quando a gente entende a diferença, faz a separação correta”, afirma Flávia Cunha, uma das fundadoras da Casa Causa, que trabalha pela boa gestão de resíduos.

Flávia Cunha e Luciana Annunziata, fundadoras da Casa Causa. Foto Divulgação

Flávia Cunha e Luciana Annunziata, fundadoras da Casa Causa

Orgânicos

Resíduo orgânico é aquele de origem biológica, vegetal ou animal. São os restos de frutas, legumes ou verduras, cascas de ovos, restos de plantas e até restos de comida preparada, sacos de chá e borra de café com filtro. E o destino ideal para tudo isso é a compostagem.

Flávia aponta que mais de 50% do que vai no lixo doméstico é comida, e eliminar essa quantidade de equação já representaria um grande alívio para os aterros.

Hoje em dia, existem diversas opções de composteiras em tamanhos pequenos, adequados para casas e apartamentos. Além disso, a internet está repleta de instruções para realizar a compostagem em casa. Se mesmo assim não for possível fazer isso dentro da sua casa, uma solução é buscar ações locais e composteiras coletivas para destinar o material orgânico produzido na sua cozinha.

Recicláveis

Os recicláveis são aqueles materiais que, devolvidos para a indústria, podem ser processados mais uma vez e transformados em novos produtos. Plástico, papel, vídeo e metal são os mais comuns.

No Brasil, só 8% das cidades realizam coleta seletiva e apenas 3% de todo o lixo é reciclado no país, segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais). “A gente ainda tem muita capacidade de reciclar”, afirma Flávia. Se não existe coleta seletiva na sua rua, ela sugere procurar ecopontos, coletivos ou cooperativas de reciclagem para encaminhar seus resíduos para o destino correto.

E se na hora de separar os resíduos você tiver alguma dúvida em relação a algum tipo de plástico ou outro material, não tema: pode encaminhar para a reciclagem. As cooperativas realizam uma triagem de tudo que recebem e vão saber o que pode seguir pelo processo.

Se sua rua não tem coleta seletiva, leve os recicláveis a ecopontos ou cooperativas. Foto Designed by Freepik

Se sua rua não tem coleta seletiva, leve os recicláveis a ecopontos ou cooperativas. Foto Designed by Freepik

Rejeitos

Já o rejeito é aquela parte do lixo doméstico que realmente não pode mais ser aproveitada ou transformada, como papel higiênico, fralda, absorvente feminino, fio dental, cotonete, seringa, papeis com óleos ou molhos, chiclete, algodão e fita adesiva. Esse é o único tipo de material que deve ser encaminhado para os aterros.

Flávia Cunha, que também é embaixadora do Instituto Lixo Zero em São Paulo, conta que os rejeitos representam apenas 10% dos resíduos produzidos em uma casa, enquanto os demais 90% poderiam ser reciclados ou compostados.

Para ela, o principal desafio a ser enfrentado no Brasil para melhorar a separação dos resíduos e aumentar a reciclagem é a educação. “O grande foco hoje é aumentar a conscientização das pessoas. Elas precisam fazer a sua parte, separar em casa. Existem soluções, mas as pessoas precisam participar”.

Este conteúdo está alinhado com os 17 ODS  da agenda 2030 da ONU para o desenvolvimento sustentável

 

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