Divulgar a cultura local e, ao mesmo tempo, ressocializar pessoas em situação de rua é o objetivo da revista Traços, que circula no Distrito Federal. Seguindo a experiência de projetos semelhantes existentes em mais de cem cidades do mundo, a Traços cria uma fonte de renda para pessoas sem teto e circula pelas mãos de quem mais conhece as ruas da capital.
Revista Traços chega à 28ª edição falando sobre a cultura local de Brasília. Foto Divulgação
A revista é vendida apenas pelos moradores de rua, que ficam com a maior parte do valor de venda. O preço de capa é R$ 10; R$ 7 ficam para o vendedor, enquanto os R$ 3 restantes são usados para que o morador de rua compre outros exemplares para revender. Com esse montante que retorna para a revista, os seus criadores viabilizam a impressão e outros custos operacionais.
A Traços foi lançada em 2015 pelo jornalista André Noblat, que atua como Diretor de Redação, e conta com o trabalho de uma equipe editorial experiente e também com assistentes sociais, que trabalham na aproximação com os moradores de rua. A publicação está em sua 28ª edição.
Os vendedores são chamados de Porta-Vozes da Cultura e utilizam coletes de identificação. Eles realizam uma inscrição, recebem treinamentos e passam a circular por áreas da cidade de grande movimentação e efervescência cultural, em busca do público-alvo da publicação.
Porta-Vozes da Cultura da revista Traços. Foto Divulgação
Com a renda gerada pela venda das revistas, o projeto empodera e promove a reinserção social desses moradores de rua. Para dar início a esse ciclo de transformação, o primeiro lote para cada vendedor é gratuito.
Outro exemplo nacional desse modelo de distribuição com objetivo social é seguido pela revista Ocas. A publicação circula em São Paulo e Rio de Janeiro desde 2002.
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