Os taxistas podem até protestar contra o aplicativo Uber, mas nada que eles façam irá frear o avanço dos novos serviços de carros. O aluguel de automóveis particulares é mais um deles…
Proprietário e cliente negociam diretamente o aluguel, sem burocracia, apenas usando a plataforma para efetuar a transação. Para acessar o serviço basta se cadastrar no Feety fleety ou no aplicativo da empresa, e escolher o carro entre as opções disponíveis na área mais próxima à sua. Os preços variam de acordo com o modelo, mas a faixa fica entre R$ 5,00 e R$ 50,00 a hora. O pagamento é feito pelo cartão de crédito, mas a principal moeda neste modelo de negócio é mesmo a confiabilidade. Só que mesmo dentro desse espírito, a empresa, que cobra uma taxa de 20% sobre o valor das transações, oferece garantias que incluem assistência 24 horas e seguro para danos aos passageiros e ao automóvel em caso de acidente, incêndio ou roubo e furto. Além de estimular o desapego, o compartilhamento de carros contribui para melhorar a mobilidade urbana. E no caso do Fleety, a proposta ainda traz mais uma mudança de paradigma ao transformar relações comerciais em também pessoais. Dois desconhecidos se conectam porque um precisa alugar um carro e o outro tem um parado na garagem que pode lhe render alguma renda. É o uso consciente do carro que cada vez mais ganha adeptos. Já pensou em alugar um do vizinho ou, melhor ainda, o seu?
O car-sharing está na pista faz tempo!
Existem vários tipos de serviços de compartilhamento de carros. O primeiro deles surgiu na Suíça, em 1974, com a Mobility. Em vez das diárias, a empresa oferecia aluguel de automóveis por hora. Depois a ideia desembarcou nos Estados Unidos em 1999 com o Zipcar. Este tipo de car-sharing é definido pelos americanos como B2C, business to consumer (da empresa para consumidor). Diferentemente do P2P, peer to peer (de colega para colega), onde proprietário e cliente se encontram na hora de pegar o carro, aqui a pessoa se cadastra por telefone ou por meio do site da empresa e recebe um cartão para ela mesma liberar o carro em uma garagem credenciada mais próxima. No Brasil, três empresas oferecem este serviço, a Zazcar, Pegcar e a Joycar, só que todas em São Paulo.
Na proposta do car-sharing tem também o modelo de concessão desse serviço. Paris foi a primeira grande cidade do mundo a implementar o sistema. O Autolib foi lançado em 2011 na capital francesa e em mais 45 cidades dos arredores. Assim como no Velib, o sistema de aluguel de bicicletas, os Bluecars estão espalhados por vários pontos da cidade. O interessado se cadastra no site com carteira de motorista, documentos de identidade e cartão de crédito, escolhe uma forma de pagamento que pode ser anual, semanal ou diária e, dependendo do plano, pagará um valor por cada meia hora de uso. O carro pode ser retirado em um estação e devolvido em outra. Importante destacar que os Bluecars têm motores elétricos, o que torna a iniciativa do ponto de vista da sustentabilidade ainda mais relevante. O Grupo Bolloré, do bilionário francês Vincent Bolloré, foi um dos 5 nomes cadastrados junto à Prefeitura do Rio de Janeiro para elaborar o estudo da viabilidade do “Carro Elétrico Carioca.” O vencedor, anunciado em fevereiro de 2016, foi o grupo Radar PPP, formada pela fabricante chinesa de veículos elétricos BYD, a PriceWaterhouseCoopers, Idom, Albino Advogados e Dirija Já. Os vencedores têm 6 meses para concluir o estudo. Se o projeto for considerado viável, será aberta uma licitação para dar início ao novo serviço.
Carro, meu passado me condena
por Luli Prudente
Quis dar meu depoimento nesta matéria porque esta é sem dúvida uma das maiores mudanças que já fiz em minha vida. Até quatro anos atrás eu não cogitava viver sem carro. O carro significava minha independência, minha liberdade de ir e vir a hora que eu bem entendesse e, se não fosse ele, imagina, eu teria que encarar um transporte público ruim ou mesmo usar o táxi, que além de caro, ainda tem a arrogância dos motoristas que em sua grande maioria age como se estivesse nos fazendo um favor. Não. Ficar sem carro, nem pensar. Preferia viver estressada, reclamando dos motoristas mal educados (os de ônibus sobretudo!), do trânsito em geral, pagando flanelinha a contra-gosto para não me submeter aos preços exorbitantes dos estacionamentos públicos. Aí veio a Lei Seca e, com ela, a minha primeira sacudida. Fui parada saindo de um jantar e tinha tomado um vinho. Me recusei a fazer o teste do bafômetro, mas ainda assim tive que pagar a multa, reaver a minha carteira e, pior, como o IPVA estava vencido, o carro foi apreendido e para resgatá-lo foi uma saga. A partir daí passei a usar o táxi à noite (porque ainda não existia o Uber, claro). Depois foi a vez de uma ida ao mecânico que me custou uma nota e achei que era hora então de trocar de carro, comprar um mais novo, para me livrar dos problemas. Ficar sem automóvel, jamais! Comecei a olhar os preços e achava tudo caríssimo, mesmo os modelos mais básicos. Vendi o carro na ideia de que ficaria sem ele temporariamente, só enquanto não comprava um outro. Mas o tempo foi passando e eu fui mudando de opinião e mudando de vida. Ficar sem carro passou a significar independência, liberdade de ir e vir, e a descoberta de várias novas formas de me locomover. As pessoas perguntam, e quando você quer viajar? Simples, alugo um carro! E isso porque ainda não existia a opção de usar uma plataforma como a Fleety. Se eu já achava que tinha feito um bom negócio me livrando do carro, agora então…