Chilenos inovam e criam sacola que dissolve na água

A dupla de engenheiros chilenos Roberto Astete e Cristian Olivares deu mais um passo em direção a um futuro com menos plástico. Eles desenvolveram, no Chile, uma sacola que dissolve na água sem contaminar o meio ambiente.

As sacolas, que poderão ter diversas utilidades, são feitas a partir de PVA, um tipo de álcool solúvel, e sem recorrer a nenhum derivado de petróleo. A empresa produz também opções mais resistentes, para serem usadas por mais tempo.

Sacola Solubag que se dissolve em água quente. Foto Divulgação

O composto químico é obtido de uma pedra calcária. Segundo os engenheiros, as sacolas não apresentam nenhum risco ao meio ambiente ou à saúde de pessoas ou animais depois que se decompõem na água.

As sacolas feitas com esse material demoram apenas cinco minutos para desaparecerem quando em contato com água quente. Durante a apresentação da descoberta, a dupla chegou a beber a água onde uma sacola foi diluída.

Agora os chilenos querem aprofundar sua pesquisa para conseguir produzir outros objetos a partir do mesmo material, como talheres, pratos e embalagens. Seu objetivo é substituir os descartáveis feitos de plástico em diversas situações.

Sacola que se dissolve na água rende prêmio e bolsa de estudos

O trabalho de Astete e Olivares chamou a atenção em todo mundo e, após vencer um prêmio de inovação no Chile, a dupla ganhou uma bolsa de estudos para ampliar sua pesquisa no Vale do Silício, nos Estados Unidos.

Roberto Astete e Cristian Olivares apresentam a sacola que dissolve em água. Foto Reprodução

Astete e Olivares também criaram a empresa Solubag para fazer suas sacolas que dissolvem em água em escala industrial. Eles afirmam que as sacolas de material solúvel podem ser produzidas nas mesmas máquinas que fazem sacolas plástico. Isso possibilita reduzir drasticamente o custo de fabricação.

O Chile foi o primeiro país da América Latina a proibir o uso de sacolas plásticas descartáveis. A lei, aprovada em 2018, proíbe os estabelecimentos comerciais de entregarem sacolas plásticas aos clientes, exceto em caso de higiene ou para evitar o desperdício de alimentos. O país terá até dois anos para se adaptar à nova regra.