Uma novidade que pode chegar em breve aos mercados brasileiros é uma embalagem que muda de cor e denuncia quando o alimento ficou impróprio para o consumo. A tecnologia surpreendente vem sendo desenvolvida paralelamente em diferentes universidades do país.

Uma das embalagens que avisam quando a comida estragou foi criada por seis alunos e ex-alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os estudantes se uniram para investigar a técnica, e o resultado foi anunciado por sua startup, a Plasticor. O principal objetivo da pesquisa é diminuir o desperdício de comida, evitando que sejam jogados fora alimentos que ainda estão em perfeitas condições de consumo.

Alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro que desenvolveram embalagem que muda de cor. Foto Reprodução Instagram

Alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro que desenvolveram embalagem que muda de cor. Foto Reprodução Instagram

O projeto começou em 2017 e reúne estudantes de Nanotecnologia, Biofísica, Biotecnologia e Design. Trata-se de um bioplástico (plástico biodegradável) que pode ser usado para embalar produtos perecíveis ou para ser colocado em contato com os alimentos antes do consumo. Ao entrar em contato com um produto que não esteja em boas condições para consumo, o plástico muda de cor.

Os alunos ganharam o prêmio de empreendedorismo em um evento Hackathon, realizado pela UFRJ e pelo Sebrae, e, como recompensa, terão consultoria para levar a pesquisa adiante.

Outra pesquisa está sendo realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Lá, a matéria-prima do produto, também biodegradável, é a mandioca e o mirtilo. É do suco da fruta que vem o biossensor: a antocianina, um composto que muda de cor quando está em contato com diferentes valores de pH. A responsável pela pesquisa é a engenheira química Cláudia Luchese.

Plástico desenvolvido na USP muda de cor em contato com pedaço de peixe estragado. Foto Divulgação

Plástico desenvolvido na USP muda de cor em contato com pedaço de peixe estragado. Foto Divulgação

Na Universidade de São Paulo (USP), também é a antocianina a substância que faz a embalagem mudar de cor para avisar o perigo. O projeto em São Paulo foi liderado pela pesquisadora Ana Maria Zetty Arenas, engenheira agroindustrial.

As tecnologias utilizadas nos projetos ainda não estão prontas para serem comercializadas. Um dos entraves ainda é o alto custo de produção, problema que deve ser o foco das próximas etapas das pesquisas.

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