A cidade de São Paulo ganhou, no início deste ano, uma república criada para acolher gays, lésbicas, travestis e transexuais jovens expulsos de casa pela família. Muitos deles já sofreram violência em casa, foram ameaçados e abandonados pelos pais, e agora ganham apoio e uma nova chance.

Segundo pesquisa nacional feita pelo Instituto Data Popular em 2013, 37% dos brasileiros afirmam que não aceitariam um filho ou filha que fosse homossexual.

Chamado Casa 1, o centro de acolhimento fica em um sobrado reformado no bairro da Bela Vista. A casa tem capacidade para acolher até 12 pessoas, que podem ficar por três meses.

Equipe que deu início ao projeto Casa 1, em São Paulo

Além de oferecer um teto e um espaço de socialização, o local será um centro cultural LGBT, com foco em diversidade, e oferecerá palestras e workshops. Para ficar lá é necessário ter mais de 18 anos e ter sido colocado para fora de casa ou estar em situação extrema de violência física ou psicológica. A “hospedagem” é gratuita. Mulheres heterossexuais em situação de risco também podem procurar a Casa 1 para acolhimento.

O projeto foi idealizado pelo jornalista Iran Giusti e foi concretizado graças a financiamento coletivo, que conseguiu ultrapassar a meta e arrecadar R$ 112 mil em doações em 45 dias, no final de 2016.  O dinheiro será usado para o pagamento do aluguel do imóvel. Móveis e eletrodomésticos instalados no local também foram doados e por enquanto todo o trabalho feito lá dentro é voluntário, incluindo a participação de psicólogos e advogados. Outra força importante nesse trabalho vem da agência de comunicação feminista Quatro e Um.