Por Camila Brito, Giulia Poltronieri e Pamela Malva

Em barracões ou em terra batida, milhões de brasileiros sequer têm acesso a direitos básicos como água tratada ou saneamento. Mas há iniciativas, além do governo, fazendo o possível para melhorar esse quadro.

Uma luz no fim do cano de água representa a esperança de milhares de brasileiros. Isso porque cerca de 48% da população não tem acesso ao tratamento ou coleta de esgoto no país. Nacionalmente, considerando pessoas de todas as idades, são mais de 35 milhões de indivíduos sem água potável ou saneamento.

Imagem: arquivo Instituto Iguá

De acordo com um estudo feito pelo UNICEF em 2018, Pobreza na Infância, 14,3% das crianças e dos adolescentes brasileiros não têm  água tratada em suas casas. Isso pode acarretar diversas sequelas durante a infância — desde a incapacidade de aprendizagem, até doenças pela ingestão de alimentos contaminados por água imprópria para o consumo.  Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2017 mais de 260 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) foram motivadas por enfermidades como diarréia e vômito.

Imagem por Pixabay

Se falta interesse por parte do poder público para levar saneamento básico à população,  existem iniciativas  para mudar essa situação. É o caso do Instituto Iguá, uma organização criada para desenvolver projetos para democratizar o acesso ao saneamento básico e à água tratada. “Fizemos uma leitura do setor e estudamos o que precisa mudar para termos índices melhores de saneamento”, explica Renata Ruggiero Moraes, diretora executiva da ONG. Atuando em dezenas de comunidades, o Instituto Iguá trabalha de forma a complementar as ações do governo.

Com sede no CIVI-CO, em São Paulo, o Iguá tem como princípio realizar projetos em conjunto com outras iniciativas privadas em zonas rurais e periféricas. No projeto Água+Acesso, por exemplo, atuou junto ao Instituto Coca Cola. O programa levou água tratada para cerca de 77 mil pessoas, em 240 comunidades rurais espalhadas por 8 estados do Brasil.

“Nada do que fazemos, fazemos sozinhos. Nascemos com o DNA do impacto coletivo”, pontua Renata.

Imagem: arquivo Trata Brasil

Além do Instituto Iguá, existem outras organizações trabalhando  nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país, como o Instituto Trata Brasil. Criado em 2007, o Trata  se define como uma OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Tal como o Instituto Iguá, a organização foca seus esforços nas comunidades, cidades interioranas e espaços rurais de todo o Brasil.

Encontrar uma solução para o problema do saneamento básico é uma missão que faz parte dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU. O objetivo 6, Água Potável e Saneamento, visa assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos.

Muda Tudo: essa reportagem foi realizada por alunos da disciplina de Jornalismo, Cidadania e Ação Social da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, durante um laboratório de jornalismo construtivo que propôs uma imersão nas iniciativas que fazem parte do CIVI-CO, coworking que reúne uma comunidade formada por organizações e startups de impacto cívico socioambiental.

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